quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Carga

Os ultraotimistas acham que seremos o país do futuro, invevitavelmente. Aproveitam-se, então, do conforto de não precisar seguir, no tempo presente, os acordos de um país que pretende alcançar a plenitude da convivência. Agarram-se à lei da selva, à filosofia do "todo mundo faz", certos de que os humanóides do futuro farão a sua parte em uma sociedade, enfim, harmônica. Os excessivamente otimistas eximem-se de agir de modo sensato agora, enquanto reservam a tarefa aos que virão. Irmanam-se, de certa maneira, aos cínicos.

Os ultrapessimistas afirmam que somos disfuncionais de fábrica. Somos os mais desonestos, os mais grosseiros, os mais acomodados, os mais mal-educados seres da face da Terra. Não temos jeito, somos uns caipiras sem rumo. Tudo que é feito aqui, e por pessoas daqui, muito provavelmente dará errado. Não temos cultura, não gostamos de trabalhar, nossa gente é ignorante, e nunca conseguiremos emular os países que deram "certo". A teoria do país do futuro é, no fim das contas, uma piada de mal gosto. Os excessivamente pessimistas partem da ideia de que qualquer proposta de "conserto" da nossa sociedade é inútil. Preferem, confortavelmente, repousar em suas suas torres de arrogância.

De quanto tempo precisa um país para atingir a realização do progresso pleno, quando se tem tamanha carga em sentido contrário?
S.

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