domingo, 29 de novembro de 2009

O país que eles querem

A imagem abaixo faz parte do inquérito que apura denúncias de corrupção no Distrito Federal. O governador José Roberto Arruda (DEM) é acusado de participar de um esquema de propinas.


Ao fundo da gaveta, um exemplar da revista mais vendida do país. Não pude deixar de lembrar do slogan da tal publicação jornalística:

"Indispensável para o país que queremos ser."

Simbolismo pouco é bobagem.

(Fonte: Azenha)
S.

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

A autoaniquilação da (velha) imprensa brasileira

A imprensa brasileira vive dizendo que a carga de impostos é alta. Isso é uma verdade, apesar da imprensa brasileira sempre esquecer de mencionar que as maiores vítimas são as famílias mais humildes, que sofrem com os impostos embutidos nos itens de alimentação, higiene, eletrodométicos, etc. Para os mais abastados, essa mordida tem menos força. Com esse exemplo, a imprensa brasileira mostra seu caráter oligárquico. Aí, quando milagrosamente ocorre uma redução de impostos, ainda que tímida, a imprensa brasileira afirma que isso é um ato eleitoreiro. O fato de não estarmos em ano eleitoral, aparentemente, não importa. É o assassinato do jornalismo em plena luz do dia, na frente das crianças. Imprensa brasileira, por favor, decida-se. Mostre sua face. Ou então se mate.

S

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

A arte de escandalizar o nada

A última matéria de capa da revista mais vendida do país é séria candidata ao título do Troféu Vergonha Alheia. Veja só. De acordo com a denúncia-bomba, as empresas que financiaram a cinebiografia do Lula têm interesses no governo. Está lá, na principal publicação da Editora Abril, a mesma editora que vende livros para o Ministério da Educação e que recebe gordas verbas de publicidade estatal. Veja só! Longe de querer passar a mão na cabeça das empresas -- bancos, empreiteiras, indústrias automobilísticas, entre outras instituições campeãs da modalidade Cuspe na Probidade. Mas cabem umas perguntas pertinentes:

1. Qual a grande corporação empresarial que não tem negócios com o governo?

2. As empresas com interesses no governo só iniciaram seus negócios no ATUAL governo?

3. A matéria diz que o filme endeusa o protagonista. Esperavam o quê de um filme biográfico-roliudiano produzido pelos Barreto?

4. Os editores da Veja têm orgulho, pena ou raiva dos seus leitores?
S.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Não somos...

Uma mochila cheia de metais.
Um homem branco.
Um homem negro.
E uma constatação.



Como é mesmo o nome daquele livro?
S.

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Mexericos da realeza

No dilema hamletiano, o enrosco entre sua dileta mãe e seu tio indicava algo de podre no reino da Dinamarca. No reino brasileiro, por sua vez, a divulgação de uma notícia com 18 anos de atraso pelos jornais mais tradicionais e conservadores indica, no mínimo, que há algo de estranho. É bom observar quem é um dos protagonistas da história. O que a imprensa esperava? A notícia atingir a maioridade? O caso, bastante famoso nos meios político e jornalístico, simplesmente foi tratado em banho-maria pelos maiores veículos de comunicação do país. Apenas as revistas CartaCapital e Caros Amigos trataram do assunto, e como esperado, foram solenemente ignoradas.

Enquanto escrevo, o fantasma de Shakespeare aparece do meu lado. Segundo o bardo inglês, o envolvimento de uma repórter da principal emissora de TV do país é a justificativa-mor para o silêncio sepulcral da mídia. Será? Nunca confiei muito em fantasmas. Em especial os fantasmas-poetas. Eles adoram uma piada.
S.

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Aspas

"Por medo das âncoras, ela vagava sem rumo."
(Belíssima criação da minha amiga Caroline Jordão Barreto, ou somente Carol)
S.

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Recife-São Paulo-Recife

Um fim de semana na capital paulista, um showzinho de rock e algumas anotações:

// São Paulo é realmente uma cidade cinza.

// A maioria dos motoqueiros não são motoqueiros. São ninjas disfarçados de motoqueiros.

// Há muito mais nordestinos em São Paulo do que se imagina. São eles os mais dispostos a jogar conversa fora. O detalhe é que todos que conheci me prestaram algum tipo de serviço.

// Entendo que festivais de música ofereçam alimentação por um preço acima do normal. Mas uma lata de refrigerante por 6 reais é uma heresia.

// Uma pessoa que não sabe o nome do vocalista da banda que está no palco não deve ficar na grade frontal da plateia. Ainda mais quando o energúmeno em questão aparenta ter mais de 1,80m de altura.

// O Deftones é uma das bandas mais subestimadas da história.

// Mike Patton não é desse planeta.

// Viva a música honesta!
S.

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Unibã

Eu pensei em escrever algo. Aí, desisti de escrever algo. Depois pensei em fazer um desenho. Perdi a vontade. Até porque o buruçu foi bem estranho. Minissaia causando caos? No Brasil? Em uma faculdade? Mas uma coisa eu queria ver: eu queria ver a cara de um daqueles imbecis ao ler uma matéria sobre mulheres apedrejadas por extremistas do Oriente Médio. Aliás, como é possível que uma faculdade tenha aquela quantidade de pessoas (pessoas?) sem o menor discernimento? Como é possível que aquela enormidade de gente (gente?) não tenha percebido o ridículo da situação? O que a juventude desse país guarda para o futuro? Até onde um comportamento de rebanho pode chegar? Uniban ou Talibã? Odeio a obviedade, mas nessas horas o que me vem à cabeça é uma mistura de teocracia radical com as ideias do austríaco de bigode chapliniano.

Pronto, escrevi.

E desenhei.
S.