sábado, 24 de abril de 2010

Aspas

"Eu estava na escola pública e convivia com eles (os nordestinos) numa total normalidade."
(José Serra, durante discurso em Natal-RN)

Total normalidade, é? Maravilha.
Depois dessa eu vou voltar pro meu disco voador.
S.

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Tubo vazio

A TV é um meio sem princípios nem fim
Texto de Rodolfo Araújo

Uma das passagens mais interessantes (e menos exploradas) do SuperFreakonomics - O lado oculto do dia-a-dia
aborda a correlação entre a televisão e a violência. Mas antes que a leitora desande a falar mal da programação da TV brasileira (que ela mesma assiste vidrada), esclareço que a nefasta influência pouco tem a ver com o que quer que esteja passando.

No início dos anos 1970, Stanley Milgram
(o mesmo dos Seis Graus de Separação e do Experimento da Obediência) fez um dos mais criativos estudos para verificar se o teor dos programas de televisão poderia ter alguma influência no comportamento dos indivíduos.

Em seu elaborado experimento, patrocinado pela rede CBS, Milgram customizou um episódio de Medical Center – uma série de TV sobre a rotina de um grande hospital. Nele, um dos personagens vive um infortúnio atrás do outro: ele perde o emprego, sua mulher fica doente e seu barco afunda (literalmente).

Desesperado, ele arromba a caixa de donativos do hospital e rouba o dinheiro ali contido. O filme oferecia, então, dois possíveis finais: num deles o sujeito é preso pela polícia e, no outro, escapa incólume. Depois que os voluntários assistiam a uma das versões do programa, era-lhes prometido um pequeno rádio como brinde por participarem do experimento, sendo que eles precisavam retirar o mimo num escritório perto dali.

Íntegra do texto aqui.
S.

Fofice

Quer fofice? Então toma.

Atualização 23/04 - 23h44
O viral tomou proporções gigantescas e começou a ser manipulado pela própria imprensa que originalmente era o alvo. O conceito ainda pode ser captado aqui.
S.

domingo, 11 de abril de 2010

A queda das máscaras (parte 2)

Descer o malho na imprensa de rabo preso é parte do nosso trabalho de formiguinha operária. Mas quando a própria imprensa de rabo preso nos dá provas concretas da canalhice, as coisas ficam bem mais fáceis.
S.

segunda-feira, 5 de abril de 2010

A queda das máscaras

A antiga imprensa, enfim, assume partido
Texto de Jorge Furtado


Quem estava prestando atenção já percebeu faz tempo: a antiga imprensa brasileira virou um partido político, incorporando as sessões paulistas do PSDB (Serra) e do PMDB (Quércia), e o DEM (ex-PFL, ex-Arena).

A boa novidade é que finalmente eles admitiram ser o que são, através das palavras sinceras de Maria Judith Brito, presidente da Associação Nacional dos Jornais e executiva do jornal Folha de S. Paulo, em declaração ao jornal O Globo: “Obviamente, esses meios de comunicação estão fazendo de fato a posição oposicionista deste país, já que a oposição está profundamente fragilizada.”

A presidente da Associação Nacional dos Jornais constata, como ela mesma assinala, o óbvio: seus associados “estão fazendo de fato a posição oposicionista (sic) deste país”. Por que agem assim? Porque “a oposição está profundamente fragilizada”.

A presidente da associação/partido não esclarece porque a oposição “deste país” estaria “profundamente fragilizada”, apesar de ter, como ela mesma reconhece, o irrestrito apoio dos seus associados (os jornais).

A presidente da associação/partido não questiona a moralidade de seus filiados assumirem a “posição oposicionista deste país” enquanto, aos seus leitores, alegam praticar jornalismo. Também não questiona o fato de serem a oposição ao governo “deste país” mas não aos governos do seu estado (São Paulo).

Íntegra do texto aqui.
S.

Aspas

“Você, como democrata, não deve ter medo do debate. O tempo em que as coisas eram construídas no gabinete de um homem de roupa verde acabou. Agora é o seguinte: quem quiser construir vai ter que debater”

(Lula, em resposta ao capacho dos homens de roupa verde, caçador de comunistas e esculhambador de garis Boris Casoy, durante o programa Canal Livre, da Band)
S.

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Nunca mais (parte 2)

Herança deixada para os mais pobres
Texto de Maria Inês Nassif

A história é um processo, mas em alguns períodos os sobreviventes de um tempo conseguem perceber quase na pele que vivem um momento em que uma página é virada e outra se inicia. Nessas ocasiões, a impressão é a de que cada um de um vasto número de incógnitos atores sociais conseguiu imprimir a sua assinatura num capítulo da história e que os dias, meses e anos passaram a andar porque foram movidos por uma vontade coletiva. São momentos de explosão social de emoção indescritível e, quando eles acontecem, os consensos formados no tecido social têm conteúdo positivo – a construção do novo. Embora sejam situações que exijam a coragem coletiva da mudança, e isso sujeita a sofrimentos, elas trazem junto a alegria da superação. Não apenas uma superação pessoal, mas coletiva.

O golpe de 1964 completou 46 anos ontem. Há 25 anos, o país passou por um momento histórico de superação. O país, que vivera a quebra da ordem institucional com relativa indiferença, do ponto de vista da maioria não engajada partidariamente; que assistira a um início de resistência de massa nos movimentos populares de 68; que caíra novamente na letargia no período do milagre econômico e de feroz repressão do governo Médici; que lutou com dificuldade no governo Geisel, aquele presidente que manobrou maiorias parlamentares, aumentou a lista de desaparecidos políticos e interviu no Judiciário – esse país chegou ao governo Figueiredo tecendo consensos. A redemocratização foi um consenso; a anistia foi uma convicção coletiva; a luta pelas eleições diretas ganhou as ruas. O primeiro presidente civil não foi eleito pelo voto direto, mas certamente assumiu porque o fim do regime militar tornou-se uma explosão de consenso: se Tancredo Neves foi o escolhido pelo Colégio Eleitoral numa transição negociada com os militares, ele também foi ungido pelo consenso das ruas.

Íntegra do texto
aqui.
S.

Nunca mais (parte 1)

Por Carlos Latuff

S.