terça-feira, 29 de março de 2011

Jogo do bilhão de erros


Absoluta demonstração de incompetência e despreparo. Ele não está vendo que a garotinha realmente perigosa é a que está segurando a mão esquerda da mãe? Afinal, ela está à ESQUERDA. No mínimo é uma subversiva. ¬¬

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Sarcasmo à parte, esse registro do Pedro Kirilos (Agência O Globo), é uma das imagens mais absurdas que vi na vida. Está tudo errado. A truculência e a imbecilidade de um agente policial que borrifa spray de pimenta em crianças são de causar náuseas, até mesmo em um país como o nosso, que se habituou a esse tipo de atitude.

Enquanto nós (tanto os que sofrem, quanto a classe média que não sente na pele) não cobrarmos decência, tratamento digno e justiça para TODOS, coisas assim vão continuar acontecendo. Enquanto acharmos que isso é natural, a impunidade vai apenas se multiplicar. Daqui a três dias o golpe de 1964 completará 47 anos, e nenhum indivíduo que, a mando do Estado, torturou e matou civis foi punido até hoje. Ao contrário do que militares com mãos sujas de sangue e sabujos da imprensa afirmam, isso não é vingança. É justiça. Enquanto o país não tomar a coragem de discutir, revirar e encarar o período mais obscuro da nossa história, coisas tristes assim nunca deixarão de existir em nossas cidades, em nossas esquinas. Em nossas casas. É essa espécie de bomba de efeito retardado que anima gente como o Jair Bolsonaro e os milicos de pijama que chamam o golpe de "Revolução Democrática".

E ainda dizem que a Comissão da Verdade é desnecessária.

(Obs: A imagem acima foi publicada na seção Retratos Capitais, da edição 639 da revista CartaCapital)
S.

terça-feira, 15 de março de 2011

Publicidade 1 x 0 Vida real

O banco do "Vamos fazer juntos" lidera a lista de reclamações dos clientes. Ninguém sabe ainda quando o banco começará a fazer a parte dele.
S.

Descarrilamento

DEM tenta interromper o desabamento do partido, e elege o coroné Agripino Maia para a presidência da legenda. O mesmo Agripino que levou essa sova de uma célebre Ministra de Estado no longínquo ano de 2008.

Peraí... interromper o desabamento ou acelerá-lo?
S.

segunda-feira, 14 de março de 2011

Picadeiro

Rede Globo exibe, no Fantástico, matéria sobre prostituição em cidades do Nordeste, e choca a família brasileira. Minutos depois, leva ao ar o maior exemplo de devassidão, subcultura e nulidade da TV - o BBB - para a alegria da família brasileira.

PS: De acordo com as leis brasileiras, a prostituição em si não é entendida como crime, e sim a sua exploração, por parte de aliciadores.
S.

sábado, 12 de março de 2011

Egolombra

Da série: "Gente que se acha o centro do universo"

(clique para ampliar)

Norte-americanos vinculam o terremoto/tsunami que destruiu cidades do Japão a uma espécie de "resposta divina" ao ataque nipônico à base militar de Pearl Harbor em 1941. Isso é o que eu chamo de egolombra.

Imagem enviada via Twitter pelo Latuff (@CarlosLatuff).
S.

A (anti)política de Bento

O Cristo que vive entre nós
Texto de Mauro Santayana


O papa Bento 16, na biografia de Cristo que acaba de publicar, decretou, de sua cátedra, que Cristo separara a religião da política. Mais do que isso, participa de um dos equívocos de São Paulo – porque até os santos se enganam – o de que, se Cristo não ressuscitou de entre os mortos, “vã é a nossa fé”. Cristo ressuscitou dos mortos, não em sua carne perecível, mas em sua grandeza transcendental. O papa insiste – e nessas insistências a Igreja sempre se perdeu – em que o corpo de Cristo ainda existe, em toda a fragilidade da carne, em algum lugar, ao lado de Deus. Com isso, o Santo Padre separa Cristo da humanidade a que ele pertence, e o situa no espaço da mitologia dos deuses pagãos.

A afirmação mais grave do Papa, de acordo com o resumo de suas idéias, ontem divulgadas, é a de que política e religião são instituições separadas a partir de Cristo. A própria história do Vaticano o desmente. A Igreja Católica – e todas as outras confissões religiosas – sempre estiveram a serviço do poder político, e em sua expressão mais desprezível. Para não ir muito longe na História – ao tempo da associação entranhada entre os reis, os imperadores e o Vaticano, durante a Idade Média -, bastam os exemplos de nosso século. Os documentos existentes demonstram o apoio da Igreja a ditadores como Hitler, considerado, por Pio XII, como “um bom católico”. Mais recentemente ainda, houve a “Santa Aliança”, conforme a denominou o jornalista norte-americano Bob Woodward, entre o antecessor de Ratzinger e o presidente Reagan, dos Estados Unidos, com o propósito definido de acabar com a União Soviética. Por acaso não se trata de uma escolha política do Vaticano a rápida canonização do fundador da Opus Dei, como santo da Igreja, e o esquecimento de grandes papas, como João 23, e de mártires da fé, como o bispo Dom Oscar Romero, de El Salvador?

A religião sempre esteve na origem e na inspiração da política, e, em Cristo, essa identidade comum se torna ainda mais nítida. O campo da razão em que a fé e a política se encontram é o da ética. A ética é uma exigência da fé em Deus e do compromisso com a vida humana. A política, tal como a identificaram os grandes pensadores, é a prática da ética. A ética política significa a busca do bem de todos. Nessa extrema exegese do que seja a ética, como o fundamento da justiça, a boa política é a da esquerda, ou seja, da visão de igualdade de todos os homens.

Em Cristo, a fé é o instrumento da justiça. Quem quiser confirmar esse compromisso político de Cristo, basta ler os Atos dos Apóstolos, e verificar como viviam as primeiras comunidades cristãs, unidas pela absoluta fraternidade entre seus membros, enfim, uma sociedade política perfeita. Ao negar a essencial ligação entre a fé cristã e a ação política, o papa vai além de seu velho anátema contra a Teologia da Libertação, surgida na América Latina, um serviço que ele e Wojtyla prestaram, com empenho, aos norte-americanos. Ele se soma aos que, hoje, ao separar a política da ética da justiça, decretam o fim da esquerda.

Esse discurso – o de que não há mais direita, nem esquerda – vem sendo repetido no Brasil. Esquerda e direita, ainda que a denominação venha da França revolucionária de 1789, sempre existiram. Na Palestina, no tempo de Jesus, a esquerda estava nos pescadores e pecadores que o seguiam, e a direita nos “fariseus hipócritas”, que, no Sinédrio, e a serviço dos romanos, o condenaram à morte.

O papa acredita que a Igreja sobreviverá à crise que está vivendo. Isso é possível se ela renunciar a toda sua história, a partir de Constantino, e retornar ao Cristo que andava no meio do povo, perdoava a adúltera, e chicoteava os mercadores do templo. O Cristo que ressuscitou dos mortos está ao lado dos que vêem a fé como a realização da justiça e da igualdade, aqui e agora.
S.

quinta-feira, 10 de março de 2011

Departamento de Diplomacia Ingênua


Desde os primeiros documentos revelados pelo Wikileaks, ficou explícita a relação promíscua entre os diplomatas norte-americanos e representantes da política entreguista dos países emergentes. Para quem costuma se informar além do telejornal da Rede Globo e da revista da Editora Abril, nada muito surpreendente. De toda forma, é impossível não abrir um sorriso ao observar documentos oficiais da chancelaria gringa confirmarem que os partidos políticos de direita e a imprensa conservadora são meros paus-mandados de Washington. Símbolos de servilismo e vergonha.

Os últimos papéis, inclusive, revelam que os diplomatas, em busca de informações sobre o cenário político nacional e as eleições do ano passado, correram até representantes da oposição, e só. Para completar, ouviram declarações do especialista em análise política Diogo Mainardi, um mestre em não acertar nenhum prognóstico, mas tratado pelos ianques como um "importante colunista político". O mais engraçado é imaginar que os amérika confiaram em um relatório construído com declarações do FHC, do Serra e do Mainardi - que, por sinal, escrevia suas pseudocolunas orientado pelo eterno-quase-futuro-presidente (toc, toc, toc).

Quem integra esse corpo diplomático dos EUA? Os Teletubbies?
S.

Pelo em ovo

Abro a página do UOL e leio a alarmante manchete: "Pelo Twitter, ministra divulga mensagem com críticas a Lula e a Sarney". Atraído pelo potencial explosivo da matéria, lá vou eu clicar no link. Descubro, então, que a ministra de Comunicação Social retransmitiu uma mensagem de outra pessoa. Uma crítica, por sinal, de conteúdo absolutamente genérico - quase inofensivo. Daquele tipo de resmungo que a gente lê aos montes nos fóruns de internet.

Essa mania do pessoal da Folha/UOL de criar caso com toda e qualquer besteira relacionada a integrantes do governo - seja ele de qualquer ordem ideológica - é rídicula. Não existe ninguém com bom senso nas redações, pra dar um alerta? No fim do texto, mencionam que a ministra diz que o episódio foi um engano. Ainda que não fosse, seria exagero ver algo demais na mensagem.

Fica a impressão de que é apenas uma brincadeira do pessoal da Folha, pra divertir os buldogues rancorosos de plantão, sempre prontos a babar nas caixas de comentários.
S.

quarta-feira, 9 de março de 2011

Registro

Show de BNegão & Seletores de Frequência + Gerson King Combo, ontem, no Pátio de São Pedro, foi histórico. Quem viu, viu. Quem não viu, foi mal aí.
S.

quarta-feira, 2 de março de 2011

Pret a potaqueopariu

Enxovalharam o Galliano (que eu não conhecia até anteontem) por manifestações de antissemitismo. Beleza. Por outro lado, posso enxovalhar o mundo da alta moda que idolatra um cara com naipe de vilão de desenho animado? Por essa régua, até os cães vira-lata aqui da rua ganharam um charme. Pano rápido.
S.