segunda-feira, 26 de julho de 2010

Aspas

"Não gosto muito de ler essa revista. Tem propaganda demais."
(Seu Amorim, dono de banca de jornais perto do meu trampo, falando da Veja)

Engraçado como um dos principais motivos alegados pelos diretores da revista mais vendida do país para justificar sua "independência editorial" é motivo de irritação para o leitor. Os editores da revista adoram alardear que possuem muitos clientes, muita publicidade, como se isso significasse automaticamente credibilidade em igual escala. Não é a primeira vez que ouço alguém fazendo essa reclamação, mas por ter vindo de alguém fora do circuito Universidade/Mídia/Esquerda, a observação acaba ganhando mais significado.

E, de fato, a irritação é legítima. Algumas edições da revista carregam exageradamente nas páginas de propaganda, como se na verdade o leitor tivesse comprado uma revista de anúncios publicitários, entremeados por algumas reportagens com conteúdo... digamos... impróprio para menores e/ou incautos. Como se não bastasse o excesso, boa parte das peças comerciais é direcionada a uma pequena parcela dos leitores da revista - que o digam os carrões de cem mil reais, os privês de meio milhão, as jóias de não sei quantos dinheiros, etc.

No fim das contas, o coitado do leitor acaba bombardeado por uma série de fotos bonitas de coisas que ele não pode comprar e por informações enviesadas (quando não são criminosamente manipuladas). Um ótimo negócio. Para a revista.

PS: Por outro lado, nem tudo são flores para alguns colaboradores do semanário da Editora Abril.
S.

Nenhum comentário: