segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Consistência de espuma

Não faz muito tempo, conversava com um amigo cabeludo e de apelido exótico, sobre o fenômeno João do Morro, e toda a mitificação em torno do mesmo.

Soube que o produtor/empresário de João do Morro é um dos mais influentes da cena artística do Recife, com bom trânsito nas repartições públicas, nas produtoras culturais e nas redações jornalísticas. O que em boa parte explica a euforia em torno do músico, saudado pelo povo cult da cidade como se o João fosse uma espécie de Chico da periferia, com destaque até em sites que proclamam serem direcionados ao rock.


Fico a pensar em quantos Joões existem pela cidade, que penam por não terem um produtor com várias canetas amigas nas seções de cultura dos jornais. Afora uma ou outra letra espirituosa, não vejo vanguarda nenhuma. O que sobra é a evidência de uma genialidade de laboratório, artificial como as ilhas de Dubai. O irritante é a quase obrigação de ter que gostar, apenas porque alguns formadores de opinião (aliás, um conceito decadente) acham o cara a última bolacha do pacote. Não consigo aceitar essa coisa de mito fabricado. Lembrei dessa história ao ler um texto do Arnaldo Branco sobre a confusa definição do que é genial e do que não é, e como isso normalmente é uma determinação arbitrária.

Se é para curtir música escrota, sou mais o Coração Melão.
S.

2 comentários:

Maira Martins disse...

amigo cabeludo e de apelido exótico! hahaha!!! amo vocês! saudades, mil beijos da maga :*

Unknown disse...

eh nóis serjeta!