quarta-feira, 10 de junho de 2009

Dos rituais de comunicação


Devo esta "anotação" há algum tempo. Em março recebi uma carta com um convite de casamento de uma amiga de infância. E antes que alguém se pergunte "e eu com isso?".... o que a carta tem demais? Bem, além de ser uma carta com um convite de casamento de uma amiga de infância, ela trouxe um certo ar nostálgico, não só do meu tempo de moleque, mas do tempo em que correspondências pessoais pediam uma dedicação que hoje parece distante.

Eu sei que recebemos cartas até hoje. Mas uma carta de tom pessoal, com o seu nome cuidadosamente escrito à mão pelo remetente é BEM diferente de uma carta que a gente recebe do banco ou da Celpe. Atualmente, quantas cartas assim recebemos ao longo do ano? Há muitíssimo tempo eu não recebia.

Já falei das maravilhas da internet mais de uma vez por aqui. Mas é curioso observar como ela mecanizou esse processo de um modo que aparenta ser irreversível. Enviamos e recebemos várias mensagens diariamente, mas nenhuma tem o tal ar de dedicação. É tudo meio robótico, quase impessoal. Nossas "correspondências" se resumem a e-mails formatados, recados no orkut e torpedos no celular. Até mesmo os recados mais pessoais não parecem tão pessoais. Não passamos os nossos olhos sobre a grafia de alguém, e sim sobre a Times New Roman, a Arial ou uma Verdana. Falta um toque humano. Lembro novamente que não estou condenando nosso tempos virtuais, até porque sem ele esse modesto blog nem existiria. É mais uma constatação minha. Se por um lado a rede de computadores facilitou muito a nossa vida, por outro ela tirou essa espécie de "ritual comunicativo" do nosso dia-a-dia.

Sei que pareço romântico, saudosista e até meio doido com esse papo, mas imagino que a doidice tenha lá sua razão de ser. Lembro que na época fiquei até com vontade de mandar uma carta também.

PS1: Sim, a imagem acima é da carta com um convite de casamento de uma amiga de infância.

PS2:
Não, eu não escrevi esse post sob encomenda para os Correios.
S.

3 comentários:

caroline jordão barreto disse...

vez por outra, fico pensando nessas coisas, mas, esta semana, andei pensando que o email tem um lado bem legal: o de, por vezes, possibilitar, se o destinatário respondê-lo logo, que a gente termine com algumas angústias.

e, como escreveria vc, não, eu não digo isso pq passei por isso na última semana, embora, é verdade, eu já passei por isso.
:****

sérgio santos disse...

eu não sabia que tinha uma "marca" :D
pois é, eu acho que o dinamismo da internet é fenomenal. mas fiquei viajando se a carta à moda antiga vai acabar virando uma coisa exótica.
(engraçado, enquanto eu escrevo esse comentario eu penso que to sendo pessimista demais, afinal hoje a tecnologia ainda é para poucos!)

caroline jordão barreto disse...

uma "marca". hahaha. :)