quarta-feira, 13 de maio de 2009

Tirando o próprio da reta

Há pelo menos uns três anos a governadora do Rio Grande do Sul, Yeda Crusius (PSDB) enfrenta uma série de denúncias de corrupção. Por quê agora (e só agora) a imprensa acordou para o desgoverno gaúcho? O próprio vice-governador era um dos principais críticos da roubalheira oficial. Desvio de verbas no Detran, caixa dois, e até um óbito com sinal de queima de arquivo fazem parte do inferno astral do governo gaúcho. Nem a Veja, que há alguns meses publicou uma matéria elogiosa sobre a Yeda, conseguiu fazer vista grossa. A Veja lulou?

Simples. A Yeda seria (ou será) um fardo pesado para o PSDB carregar em 2010, ano eleitoral. Ficou insustentável. E isso não é nem um pouco confortável para José Serra, principal pré-candidato do partido, e que acabou de fazer um convênio milionário com a Editora Abril, a mesma da Veja. Convênio com ares de ilegalidade, diga-se.

Entendi. O Serra entrega milhões à Abril. A Abril faz uma reportagem (atrasada) sobre denúncias de corrupção de uma tucana que iria atrapalhar a campanha eleitoral. Ninguém do partido assume uma defesa aberta da governadora. O que também é bizarro, pois em todo caso semelhante os partidos e os parlamentares costumam defender os acusados, com a ladainha da presunção de inocência. Nem isso a Yeda conseguiu.

Paranoia? Prefiro a paranoia à ingenuidade.

A Yeda virou meio que um peido em elevador. Ninguém se responsabiliza pelo fedor.

Quando o navio começa a afundar os ratos são os primeiros a pular fora?
S.

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