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BOGOTÁ - O presidente da Colômbia, Alvaro Uribe, ficou mais perto nesta terça-feira de poder concorrer a um terceiro mandato no próximo ano, depois que o Senado aprovou em último debate um projeto de referendo constitucional para permitir sua segunda reeleição imediata.
O popular presidente, considerado por um amplo setor como insubstituível por sua ofensiva militar contra a guerrilha esquerdista e o narcotráfico, foi eleito em 2002 e novamente em 2006 depois de uma mudança na Constituição para permitir sua reeleição.
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Uribe conta com o favoritismo de empresários e de Wall Street por suas políticas de livre mercado, mas não disse com clareza se está interessado em buscar sua segunda reeleição.
O presidente sustenta sua alta popularidade em uma política de segurança que obrigou a guerrilha a se refugiar em zonas montanhosas e de selva, enquanto conseguiu reduzir os assassinatos, massacres, sequestros e ataques dos grupos armados ilegais que intervêm em um conflito interno de mais de quatro décadas.
(Reportagem de Luis Jaime Acosta)
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Para começo de conversa, não vejo com simpatia essa história de mudar a regra do jogo enquanto ele está correndo, ainda mais quando é no sentido de perpetuar uma figura política no poder. Em lugar algum. Seja no Brasil, na Venezuela, na Colômbia ou no Quirguistão. Ponto. O sistema eleitoral precisa existir de forma equilibrada e civilizada. Os governantes têm seu tempo delimitado para pôr seus programas de governo em prática, para então cederem a outros, que vão seguir a linha ideológica-propositiva de quem sai, ou não. Quem diz é a população. Isso é um processo saudável, que ventila o sistema político de qualquer país.
Mas nesses momentos fica clara a indignação seletiva de muita gente que adora chamar o Chávez de ditador. Prestemos atenção aos trechos em negrito. É quase um produto da assessoria de imprensa do presidente da Colômbia. Depois enchem a boca para fuzilar o Fidel.
Que conceito elástico de democracia é esse, que varia de país para país?
Onde estão os indignados, que criticam colericamente a - desnecessária - proposta de terceiro mandato do Lula?
Como assim, o presidente de um país dito democrático é "insubstituível"? Que merda de declaração é essa?
Onde estão as capas de jornais e revistas, colunistas e telejornais, sempre tão atentos à liberdade?
Devem estar todos ocupados, lambendo as botas (ou bolas?) dos empresários e de Wall Street.
S.
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