quarta-feira, 22 de abril de 2009

Óleo de peroba

Pobre Maranhão.

Décadas sofrendo nas mãos do medieval clã que trata o território como um depósito de lixo e a população como insetos. Um caso clássico do coronelismo nordestino, que insiste em puxar o país para o atraso e a degradação social.

A população, então, resolve expurgar os oligarcas através do voto, demonstrando que não suportam mais tal fardo, e que os querem fora do controle da máquina pública. De modo quase heroico, um adversário dos donatários é eleito.

E o que fazem os advogados de Roseana Sarney, segunda colocada no pleito?

Denunciam o vencedor, Jackson Lago, por abuso de poder econômico!

Ou o domínio dos Sarney no Maranhão é uma peça de ficção, ou a Justiça, além de cega, é mal-informada (para não dizer coisa pior).

Pra piorar, a própria Constituição do Maranhão afirma que se o governador em atividade for cassado após a segunda metade do mandato (que é o caso), novas eleições devem ser convocadas (art. 61). Roseana, como sabemos, foi imediatamente empossada.

Tenho a impressão de que ninguém lembrou desse artigo no jornal O Estado do Maranhão, ou em nenhuma das 37 emissoras de rádio ou das 14 emissoras de TV do grupo Mirante, tudo controlado pela família feudal maranhense.

E entre aqueles que tocaram no assunto, poucos deram ao episódio o nome correto: Golpe.

Viva o tapetão!

Já está garantido o Troféu Óleo de Peroba de 2009.
S.

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