Quando digo que prefiro a internet como meio de informação, é porque encontro análises como essa, essa e essa. E isso são só umas gotinhas. Enquanto isso a imprensa perde tempo investigando investigador. Sem provas.
Além dessas, recomendo esse artigo impagável do Urariano Mota. Uma bela peça jornalística que esvazia ainda mais o depoimento "bombástico" de Jarbas. Na entrevista o parlamentar disse o seguinte:
"Há um restaurante que eu frequento há mais de trinta anos no bairro de Brasília Teimosa, no Recife. Na semana passada cheguei lá e não encontrei o garçom que sempre me atendeu. Perguntei ao gerente e descobri que ele conseguiu uma bolsa para ele e outra para o filho e desistiu de trabalhar. Esse é um retrato do Bolsa Família."
A típica conversa mole de que o Bolsa Família estaria formando uma geração de preguiçosos. O típico argumento de uma oposição sem argumentos. Além de preconceituoso.
"Há um restaurante que eu frequento há mais de trinta anos no bairro de Brasília Teimosa, no Recife. Na semana passada cheguei lá e não encontrei o garçom que sempre me atendeu. Perguntei ao gerente e descobri que ele conseguiu uma bolsa para ele e outra para o filho e desistiu de trabalhar. Esse é um retrato do Bolsa Família."
A típica conversa mole de que o Bolsa Família estaria formando uma geração de preguiçosos. O típico argumento de uma oposição sem argumentos. Além de preconceituoso.
Dessa forma, o Urariano resolveu procurar o tal restaurante. Pauta investigativa para todos os jornalões do país, em especial os jornais locais, que provavelmente decidiram que o assunto é desimportante. Ou vai ver bateu preguiça. O resultado da busca é o artigo. O texto completo pode ser lido apenas na revista, mas o que está publicado dá uma boa ideia da saga do bravo jornalista.
Garçom, procura-se
por Urariano Mota, na Carta Capital
Brasília Teimosa é um bairro do Recife que sempre lembrou paradoxos. Nascida na Zona Sul da cidade, em terras valorizadas, foi construída por invasões de pescadores, sem teto e demais pessoas pobres. Tendo o nome de Brasília, adaptou a sua arquitetura pelo adjetivo, Teimosa, porque jamais seus casebres foram as linhas curvas de Niemeyer. Eram, antes, linhas de fuga, para que os moradores fugissem das prisões da polícia. Hoje, a Brasília Teimosa está urbanizada, tem a praia repleta de beleza e restaurantes. Antigos moradores que moravam em palafitas, a realizar o ciclo de Josué de Castro, caranguejo comido pelo homem vira fezes que alimentam caranguejo, estão agora em conjuntos habitacionais. Mas Brasilia Teimosa continua a ser mãe e pátria de paradoxais caranguejos.
O último deles foi a entrevista do senador Jarbas Vasconcelos ao semanário onde o Brasil é uma pauta. Nela, na entrevista, na revista e pauta, foi mencionado um garçom que de posse de duas Bolsas Família desistira de trabalhar. Isso porque, é claro, estaria em melhor situação, como se estivesse a cantar em redes ao balanço, “pois vivo na malandragem, e vida melhor não há”. Com o breque: não sei o que será. Então por isso fui. Fui a campo, ao mangue, à praia, a Brasília Teimosa, ao vizinho bairro do Pina, à procura dos bares frequentados pelo senador nos “últimos 30 anos”.
por Urariano Mota, na Carta Capital
Brasília Teimosa é um bairro do Recife que sempre lembrou paradoxos. Nascida na Zona Sul da cidade, em terras valorizadas, foi construída por invasões de pescadores, sem teto e demais pessoas pobres. Tendo o nome de Brasília, adaptou a sua arquitetura pelo adjetivo, Teimosa, porque jamais seus casebres foram as linhas curvas de Niemeyer. Eram, antes, linhas de fuga, para que os moradores fugissem das prisões da polícia. Hoje, a Brasília Teimosa está urbanizada, tem a praia repleta de beleza e restaurantes. Antigos moradores que moravam em palafitas, a realizar o ciclo de Josué de Castro, caranguejo comido pelo homem vira fezes que alimentam caranguejo, estão agora em conjuntos habitacionais. Mas Brasilia Teimosa continua a ser mãe e pátria de paradoxais caranguejos.
O último deles foi a entrevista do senador Jarbas Vasconcelos ao semanário onde o Brasil é uma pauta. Nela, na entrevista, na revista e pauta, foi mencionado um garçom que de posse de duas Bolsas Família desistira de trabalhar. Isso porque, é claro, estaria em melhor situação, como se estivesse a cantar em redes ao balanço, “pois vivo na malandragem, e vida melhor não há”. Com o breque: não sei o que será. Então por isso fui. Fui a campo, ao mangue, à praia, a Brasília Teimosa, ao vizinho bairro do Pina, à procura dos bares frequentados pelo senador nos “últimos 30 anos”.
Continua aqui.
S.
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