quarta-feira, 18 de março de 2009

Brilhantismo turvo (ou Crepúsculo dos Deuses)

Fernando Henrique Cardoso, a Norma Desmond da política brasileira, gosta de falar. Às vezes dá a impressão de que resolveu brincar com o coleguinha Gilmar Mendes, como se tivessem iniciado uma aposta para ver quem fala mais. Só que, ao contrário do que afirmava o Chacrinha, quem se comunica demais também pode acabar se trumbicando. Aliás, tá pra aparecer ex-presidente mais falastrão.

Em uma entrevista, o FHC dedicou ao Daniel Dantas, o banqueiro mais famoso e enrolado do Brasil, a singela qualificação: "Brilhante". Novamente. Para FHC, ex-presidente, um criminoso JÁ condenado a dez anos de prisão por tentativa de suborno a um delegado da Polícia Federal é uma pessoa "brilhante". E o Dantas ainda nem recebeu todas as condenações. Não sei porque, mas fiquei curioso para saber o que ele acha do Fernandinho Beira-Mar, que além de criminoso, é xará. Talvez a sorte do FHC (e o azar dos humoristas) é que ele é sociólogo, e não formado em Direito. Porque se fosse, não ia demorar nada para ele ser qualificado de advogado do diabo.

Para não restar dúvida:


Pra completar o quadro, ainda tem essa:

da Folha Online
A Folha informa que Dantas e o banco Opportunity não têm doações oficiais para campanhas eleitorais desde 2002, diretamente em seus nomes, embora um alto executivo do banco, Dório Ferman, tenha feito doações que somam R$ 14 mil aos deputados Marcelo Itagiba (PMDB-RJ) e Raul Jungmann (PPS-PE).

Uia!!

Um é o presidente da CPI que deveria investigar as falcatruas do banqueiro-criminoso, e o outro é aquele gosta de posar de... íntegro???

Não tem artista dadaísta comparável ao Brasil.
S.

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