segunda-feira, 17 de novembro de 2008

O falso alerta amarelo

Há um processo correndo contra algumas empresas de comunicação, como a Globo e a Folha de São Paulo, acusadas de provocar pânico desnecessário na população, devido a uma "epidemia" de febre amarela que nunca existiu. Duas pessoas que não precisavam tomar a vacina morreram. Suspeita-se que o mesmo aconteceu a outras duas vítimas. Esse triste caso é só um exemplo do poder e da irresponsabilidade da imprensa no Brasil.

EPIDEMIA MIDIÁTICA DE FEBRE AMARELA MATOU DOIS E FEZ VACINAÇÃO SALTAR DE 5 PARA 20 MILHÕES DE DOSES

Por Conceição Lemes, especial para o VIOMUNDO

Fim de dezembro de 2007. A Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde (SVS/MS) registrou o primeiro caso suspeito de febre amarela silvestre do verão 2007/2008. Rapidamente, a mídia, por iniciativa própria, decretou a volta da febre amarela. Por má-fé, irresponsabilidade e incompetência, confundiu a forma urbana – a última epidemia aconteceu no Acre em 1942 -- com a silvestre -- que não voltou porque nunca foi embora; nem irá, a menos que exterminem todos os macacos, os seres silvestres e as florestas no Brasil. Chegou ao cúmulo de misturar casos suspeitos com o número de mortes.

De nada adiantou o ministro José Gomes Temporão, em pronunciamento em cadeia nacional, garantir que: 1) não havia epidemia de febre amarela; 2) só deveriam se vacinar as pessoas que moram em áreas de risco para a febre amarela silvestre ou iriam viajar para essas áreas. Torcendo contra o governo federal, a mídia ignorou olímpica e sistematicamente vários alertas do Ministério da Saúde. Gerou, assim, a sua própria “epidemia”, provocando desinformação, pânico, filas, vacinações desnecessárias, erradas, entre outros “efeitos colaterais”.

O auge da irresponsabilidade foi conclamar a população a se vacinar em massa. Levou milhões de brasileiros a se imunizar sem necessidade e correr o risco de ter efeitos colaterais da vacina contra a febre amarela, feita com vírus atenuado da doença. Como quase todo medicamento, esse imunobiológico pode ter efeitos colaterais, alguns graves; em raros casos, óbitos.

[Texto completo aqui.]

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