terça-feira, 24 de abril de 2012
Velho Recife Novo
Perdemos horas diariamente no trânsito. 16 minutos passam voando.
Link original: http://vimeo.com/40913933
S.
terça-feira, 17 de abril de 2012
#OcupeEstelita
Recife é a cidade cosmopolita mais provinciana em linha reta do mundo
Por André Raboni
Recife sempre foi considerada a "capital do Nordeste" – desde quando o nordeste foi inventado,
em meados do século 20. Antes disso, era considerada uma das cidades
portuárias mais importantes do Brasil – desde quando o Brasil foi
inventado, ao longo do século 19. No período colonial, a província de
Pernambuco era uma das principais forças econômicas da colônia
portuguesa e, claro, Recife era o principal centro da província.
Durante muito tempo, os filhos do Recife partiam para
conviver durante alguns anos com as altas culturas europeias e voltavam
para a província a esbanjar com mais vigor o seu nariz de senhorzinho de
província. Uma viagem à Europa era um investimento familiar que rendia
grandes dividendos no trato público: era a diplomação da
respeitabilidade social e a garantia de um bom nome na praça.
No entanto, os ~bons~ filhos das castas recifenses, se
iam a Paris com a ignorância pendurada no chapéu, regressavam de Paris
igualmente ignorantes mas com uma novidade na lapela: a arrogância.
Essa mistura exótica da ignorância com a arrogância foi o que nos deu este doce presente: nos tornamos a cidade cosmopolita mais provinciana em linha reta do mundo.
Há quem acredite com fervor que a verticalização da
cidade é sinônimo de progresso. Aliás, para muita gente o maior sonho de
consumo é morar num espigão de trocentos andares com azulejos de
banheiro.
Novo Recife e #OcupeEstelita
O Cais José Estelita é, talvez, a área mais nobre
do Recife. A afirmação pode ser absurda aos olhos da província, porque o
argumento (?) de quem defende o projeto Novo Recife é de que o lugar
está abandonado e abarrotado de construções velhas e inúteis, além de
cercada de pobres e pobreza. Com isso se forma a frase: "o que vier será bom", e acabou-se o debate.
Um consórcio entre a Moura Dubeux, Queiroz Galvão e
Ara Empreendimentos comprou o terreno da Rede Ferroviária Federal
(RFFSA), que você vê na foto abaixo:
Texto completo aqui.
S.
segunda-feira, 16 de abril de 2012
À moda da máfia
Salve essa imagem em seu cérebro.
A capa acima é a maior declaração de culpa de um veículo de imprensa desde a invenção da prensa móvel pelo Gutenberg. O Murdoch deve estar se sentindo uma criança inexperiente.
Observamos o Congresso inteiro em vias de instalar uma comissão investigativa que reunirá integrantes de praticamente todo o espectro partidário da casa, da extrema-esquerda à extrema-direita, em consequência de uma operação da Polícia Federal que flagrou um explorador de jogos ilegais (conhecido como bicheiro), o Carlinhos Cachoeira, em conluio com vários políticos em cargos de alto escalão, como um ex-senador, governadores em exercício, deputados, ex-servidores públicos, além de jornalistas (incluído o editor da revista acima, Policarpo Junior), entre outros. Coisa de deixar o Berlusconi com inveja.
Vem então, a semanal da Editora Abril, do alto de seu trono imaculado, afirmar que a instalação da comissão investigativa no Congresso é um expediente autoritário de um ÚNICO partido, que visa desmoralizar e encobrir "o maior escândalo de corrupção da história do país". (sic)
Ora, a quem cabe definir a necessidade de uma investigação? Ao Congresso ou ao Roberto Civita?
E sua Veja, a eterna paladina da moralidade e dos bons costumes, de repente não acha mais importante o saneamento dos costumes políticos no Brasil? Para a Veja existe uma corrupção muito corrupta e uma corrupção menos corrupta? Um escândalo anula o outro? De onde vem a indignação seletiva? Vem das mais de 200 chamadas telefônicas entre o contraventor Cachoeira e o jornalista de sua redação?
O pior de tudo é o texto da matéria de capa. Infantil, incoerente, carregado de cólera e de adjetivos. Uma aula de antijornalismo.
A revista do Civita se associou ao crime organizado para atingir desafetos políticos. Estuprou o direito à liberdade de imprensa. Partiu para a libertinagem, para a devassidão. Desprezou as leis em nome de interesses escusos, à moda da máfia. A agência reguladora da imprensa inglesa fechou um jornal centenário por muito menos.
Curiosamente, a capa da Carta Capital da mesma semana traz um questionamento prosaico, quase pueril, praticamente antevendo a capa da Veja:
Ganha uma máquina de caça-níquel quem apontar a revista com mais receio da CPI do Cachoeira.
S.
quinta-feira, 12 de abril de 2012
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