calem a boca!
silenciem!
pois preciso me soterrar em livros
calem-se, pois preciso
pensar em minhas angústias
celebrar minhas vitórias
calem-se!
preciso observar o sorriso de quem não me julga
preciso telefonar para alguém que me escuta
silenciem!
para que eu não esqueça a poesia
da canção que me comove há dias
para que eu não esqueça
dos pensamentos em minha cabeça
das minhas anotações
do presente que prometi à minha mãe
fiquem quietos!
pois eu preciso escrever
preciso pensar no futuro
preciso dar um recado a meu pai
preciso não deixar de comer
calem-se!
silenciem!
pois eu preciso de um papel em branco
preciso enviar
uma carta
a quem amo
S.
segunda-feira, 11 de março de 2013
quarta-feira, 9 de janeiro de 2013
Fato
Vida adulta é aquela coisa que te afasta das pessoas legais de que você gosta e te deixa tempo demais com filhos da puta.
S.
terça-feira, 8 de janeiro de 2013
Transporte público: Reprise ad infinitum
Estudantes protestam no Centro do Recife contra aumento de passagens
Estudantes contra aumento de passagens no Grande Recife
Cansado desse tópico. 2012 e 2011. E la nave va.
S.
Estudantes contra aumento de passagens no Grande Recife
Cansado desse tópico. 2012 e 2011. E la nave va.
S.
sexta-feira, 21 de dezembro de 2012
Por Dona Francisca
via Facebook de Felipe Peres
Quarta-feira
19 de dezembro de 2012. Acabo de receber o comunicado de que o processo
de usucapião da agricultora Maria Francisca de Lima contra a empresa de
etanol PETRIBU S/A foi julgado ontem 18/12/2012 pelos desembargadores
do Tribunal de Justiça de Pernambuco, SEM QUE OS ADVOGADOS DE DONA MARIA
FRANCISCA DE LIMA FOSSEM NOTIFICADOS DA DATA DO JULGAMENTO.
Trata-se de um claro exemplo de cerceamento ao direito de defesa
dessa agricultora, que luta por meio hectare de terra, em que mora há
mais de 40 anos, contra uma empresa que possui mais de 28 mil hectares
de terra.
O filme que segue junto a esse texto é o documentário ACERCADACANA,
gravado entre 2008 e 2010, e que circulou por mais de 50 festivais de
cinema, em mais de 15 países, e que conquistou entre outros, o prêmio de
melhor curta-metragem brasileiro no Festival de Brasília de 2010 e
melhor curta latino-americano no Festival de Valdívia (Chile) em 2011.
Hoje, 2
horas depois de receber o comunicado dessa injustiça absurda cometida
contra uma agricultora e sua família pelo próprio Poder Judiciário de
Pernambuco, resolvi lançar o filme na internet, sob o mais triste
sentimento de indignação e revolta.
Para conhecer o tamanho da violência pela qual passou e passa essa
senhora admirável, basta assistir ao filme. Para reagir contra isso,
seguem o endereço da ouvidoria do Tribunal de Justiça de Pernambuco e o
email do desembargador Eurico de Barros Correia Filho, relator do
processo que julgou por unanimidade, às vesperas do recesso do
judiciário e das férias de janeiro, o provimento do recurso da USINA
PETRIBU S/A contra o legítimo direito ao usucapião de dona MARIA
FRANCISCA DE LIMA.
Endereço da ouvidoria do Tribunal: http://www.tjpe.jus.br/ouvidoria/
telefone da ouvidoria do Tribunal: 0800-081 52 51
email do Desembargador Relator: eurico.barros@tjpe.jus.br
Acompanhamento do processo:
http://www.tjpe.jus.br/processos/consulta2grau/ole_busca_processos_numero2.asp?nume=171386200
ACERCADACANA from Felipe Peres Calheiros on Vimeo.
Filme disponível para download aqui.
S.
sábado, 24 de novembro de 2012
quarta-feira, 21 de novembro de 2012
terça-feira, 20 de novembro de 2012
Sentido algum
folhear um livro
deitar no chão
chocolates
a descoberta de uma nova canção
assistir ao filme favorito,
re
pe
ti
da
men
te
mergulhar em um rio
os sonhos, o desvario
o perfume da pessoa cúmplice
os próprios sentimentos esparramados em um papel
esquecer a busca por sentidos.
abraçar o sentir.
S.
deitar no chão
chocolates
a descoberta de uma nova canção
assistir ao filme favorito,
re
pe
ti
da
men
te
mergulhar em um rio
os sonhos, o desvario
o perfume da pessoa cúmplice
os próprios sentimentos esparramados em um papel
esquecer a busca por sentidos.
abraçar o sentir.
S.
sexta-feira, 2 de novembro de 2012
quarta-feira, 31 de outubro de 2012
De vidas que não me pertencem (ep. 04)
- Tá me ouvindo? Tás em que ônibus?
- Olha, tô aqui naquela parada!
- Aquela, na frente daquele negócio que a mulher tem filho!
---
- Oi... alô! Oi!
- Ei, tá sentada? Tenho uma notícia nova!
- É... mais ou menos isso...!
- Caiu todo mundo lá no escritório!
- Eu disse! Eu sabia que depois da eleição ia vir uma bomba!
---
- [amiga 1] Ela se acha, né? Só porque é alta!
- [amiga 2] De que adianta ser alta e burra?
- [amiga 1] É melhor ser baixa e inteligente do que ser alta e burra!
- [amiga 2] Ainda bem que eu sou as duas coisas!
S.
- Olha, tô aqui naquela parada!
- Aquela, na frente daquele negócio que a mulher tem filho!
---
- Oi... alô! Oi!
- Ei, tá sentada? Tenho uma notícia nova!
- É... mais ou menos isso...!
- Caiu todo mundo lá no escritório!
- Eu disse! Eu sabia que depois da eleição ia vir uma bomba!
---
- [amiga 1] Ela se acha, né? Só porque é alta!
- [amiga 2] De que adianta ser alta e burra?
- [amiga 1] É melhor ser baixa e inteligente do que ser alta e burra!
- [amiga 2] Ainda bem que eu sou as duas coisas!
S.
sábado, 20 de outubro de 2012
Sustento
Pra quem acha que ser sustentável é somente usar a bolsa de tecido da Walmart, subscrever abaixo-assinado e votar na Marina Silva:
---
Consumo e sustentabilidade
Vivemos
um mundo que se urbaniza de forma acelerada. Uma pessoa que mora em uma
cidade possui um padrão de consumo muito superior ao habitante de áreas
rurais. A própria construção destas cidades exigiu o consumo de
gigantescas quantidades de recursos naturais e financeiros, que
alteraram a precificação de todas as commodities em todo o mundo.
Em
2011 quando do lançamento do Ipad II, foram vendidos cerca de 1 milhão
de aparelhos apenas no primeiro final de semana. 60% dos compradores do
Ipad II eram proprietários do Ipad I. As diferenças entre o I e o II
podiam ser resumidas ao novo processador, ligeiramente mais eficiente
que o primeiro, e ao novo design da capa de proteção da tela.
Desde
o início do século XX os produtos industriais passaram a ter sua vida
útil diminuída através de um procedimento conhecido como obsolescência
programada. O documentário Catalão, Comprar Tirar Comprar, demonstrou
que uma impressora possuía um chip que estabelecia um limite de
impressões, que ao ser atingido travava o funcionamento da máquina. Na
assistência técnica foi sugerida a compra de uma nova impressora.
Também
em 2011 a revista National Geographic publica reportagem sobre a cidade
de Acra em Gana. Ali foram encontrados grandes carregamentos de lixo
eletrônico provenientes da Alemanha e da Inglaterra. Nas periferias da
capital Ganesa este lixo era queimado em fogueiras que produziam uma
grossa fumaça tóxica, cujo resultado final era a transformação de todo o
metal contido nos dejetos eletrônicos em sucata a ser vendida. A
maioria das pessoas que trabalha nestas fogueiras é composta por
crianças, que por sua vez são parte dos 870 milhões de subnutridos de
vagueiam pelo planeta segundo dados da ONU.
Todos
estes fatos se relacionam com o Consumo. Atualmente vivemos um
paradoxo, em que uma parte da população do planeta vive um cotidiano de
hiper consumo, enquanto outra parte não atingiu os índices mínimos de
subsistência. Simultaneamente começamos a nos perguntar a respeito dos
limites naturais de nosso planeta. A palavra sustentabilidade foi
definitivamente incorporada ao nosso vocabulário. Tenho dúvidas se foi
incorporada às nossas ações.
São
bastante controversos os estudos a respeito dos limites ambientais do
planeta. As reservas minerais possuem horizontes de exploração que
variam, de acordo com as diversas metodologias de pesquisa, entre 100 e
300 anos de exploração. De outro lado, a respeito das Mudanças no Clima,
as controvérsias são cada vez menores. Conversando com ribeirinhos do
Rio Juma, no Amazonas, aprendi que nos últimos dez anos não foi possível
prever o humor do clima da região. Chuvas e estiagens prolongadas,
friagens fora de época, podem ser um sintoma de que, de fato, o clima
muda no mundo.
Assim, podemos dizer que são justificadas as preocupações com a sustentabilidade.
Contudo
somente alcançaremos um equilíbrio entre as ações humanas e a natureza
rediscutindo nossos padrões de consumo. Não existe uma solução
definitiva a esta questão, mas precisamos refletir sobre nossas
alternativas, sem apelar a propostas de cunho nostálgico. Podemos pensar
em equipamentos eletrônicos com partes intercambiáveis, em especial
seus processadores, o que permitiria uma atualização tecnológica
adequada, e ao mesmo tempo um aumento da sua longevidade. Podemos
eliminar os processos de obsolescência programada, e optar pela
construção de objetos duráveis e adaptáveis. Viver em cidades, em
especial nas mais compactas e densas, com fartura de espaços e
transportes públicos, também seria uma atitude a ajudar na equalização
da relação do homem com a natureza.
É perfeitamente possível à humanidade buscar novos paradigmas de consumo. Vejo, contudo, dois grandes problemas:
- Alterar os padrões de consumo implica em gigantesco impacto no sistema econômico global.
- O desejo da maior parte da população de consumir novidades. Como ficar com produtos por mais tempo se precisamos do brilho reflexivo do novo.
Será
que estamos dispostos a mudar nossos hábitos em busca de equilíbrio
ambiental? Quais ações são efetivamente sustentáveis? Quem deseja ser
sustentável?
S.
terça-feira, 9 de outubro de 2012
Aspas
"No fundo, no fundo,
bem lá no fundo,
a gente gostaria
de ver nossos problemas
resolvidos por decreto
bem lá no fundo,
a gente gostaria
de ver nossos problemas
resolvidos por decreto
a partir desta data,
aquela mágoa sem remédio
é considerada nula
e sobre ela — silêncio perpétuo
aquela mágoa sem remédio
é considerada nula
e sobre ela — silêncio perpétuo
extinto por lei todo o remorso,
maldito seja que olhas pra trás,
lá pra trás não há nada,
maldito seja que olhas pra trás,
lá pra trás não há nada,
e nada mais
mas problemas não se resolvem,
problemas têm família grande,
e aos domingos saem todos a passear
o problema, sua senhora
problemas têm família grande,
e aos domingos saem todos a passear
o problema, sua senhora
e outros pequenos
probleminhas."
- Paulo Leminski
S.
terça-feira, 2 de outubro de 2012
Outros valores
Antes ler críticas consistentes do que as linhas tortas de um Reinaldo Azevedo ou de um Álvaro Dias:
---
"Há setores da população com uma vocação conservadora imensa; eles não
integram necessariamente uma classe específica, embora as chamadas
“classes médias”, ascendentes ou descendentes, estejam bem representadas
ali. Grande parte da chamada sociedade brasileira — a maioria, infelizmente,
temo — se sentiria muito satisfeita sob um regime autoritário, sobretudo
se conduzido mediaticamente pela autoridade paternal de uma
personalidade forte. Mas isso é uma daquelas coisas que a minoria
libertária que existe no país, ou mesmo uma certa medioria
“progressista”, prefere manter envolta em um silêncio embaraçado.
Repete-se a todo e a qualquer propósito que o povo brasileiro é
democrático, “cordial”, amante da liberdade, da igualdade e da
fraternidade – o que me parece uma ilusão muito perigosa."
"Não adianta redistribuir renda (ou melhor, aumentar a quantidade de
migalhas que caem da mesa cada vez mais farta dos ricos) apenas para
comprar televisão e ficar vendo o BBB e porcarias do mesmo quilate, se
não redistribuímos cultura, educação, ciência e sabedoria; se não damos
ao povo condições de criar cultura em lugar de apenas consumir aquela
produzida “para” ele."
"Faz falta um discurso politico mais agressivo em relação à questão ambiental. É preciso sobretudo falar aos povos,
chamar a atenção de que saneamento básico é um problema ambiental,
dengue é problema ambiental, lixão é problema ambiental. Não é possível
separar desmatamento de dengue e de saneamento básico. É preciso
convencer a população mais pobre de que melhorar as condições ambientais
é garantir as condições de existência das pessoas. Mas a esquerda
tradicional, como se está comprovando, mostra-se completamente
despreparada para articular um discurso sobre a questão ambiental."
"Enquanto acharmos que melhorar a vida das pessoas é dar-lhes mais
dinheiro para comprarem uma televisão, em vez de melhorar o saneamento, o
abastecimento de água, a saúde e a educação fundamental, não vai dar. (...) Não se diga, por suposto, que os mais favorecidos pensem melhor e vejam
mais longe que os mais pobres. Nada mais idiota do que esses Land Rovers
que a gente vê a torto e a direito em São Paulo ou no Rio, rodando com
plásticos do Greenpeace e slogans “ecológicos” colados nos pára-brisas."
"É uma situação difícil: falta instrução básica, falta compromisso da
mídia, falta agressividade política no tratar da questão do ambiente —
isso quando se acha que há uma questão ambiental, o que está longe de
ser o caso de nossos atuais Responsáveis. Estes mostram, ao contrário e
por exemplo, preocupação em formar jovens que dirijam com segurança, e
assim ao mesmo tempo mantêm sua aposta firme no futuro do transporte por
carro individual numa cidade como São Paulo, em que não cabe nem mais
uma agulha. Um governo que não se cansa de arrotar grandeza sobre a
quantidade de veiculos produzidos por ano. É um absurdo utilizar os
números da produção de veiculos como indicador de prosperidade
econômica."
"Entendo que (...) o capitalismo sustentável é uma contradição em termos, e que se nossa presente forma de vida econômica é realmente necessária,
então logo nossa forma de vida biológica, isto é, a espécie humana,
vai-se mostrar desnecessária. A Terra vai favorecer outras alternativas. A ideia de crescimento negativo, ou de objeção ao
crescimento, a ética da suficiência são contraditórias com a lógica do
capital. O capitalismo depende do crescimento contínuo. A ideia
manutenção de um determinado patamar de equilíbrio na relação de troca
energética com a natureza não cabe na matriz econômica do capitalismo."
"O nosso governo dito de esquerda governa com a permissão da oligarquia e
dos jagunços destas para governar, ou seja, pode fazer várias coisas
desde que a parte do leão continue com ela. Toda vez que o governo
ensaia alguma medida que ameace isso,o congresso, eleito sabe-se como,
breca, a imprensa derruba, o PMDB sabota."
"Penso que é preciso insistir que é possível ser feliz sem se deixar
hipnotizar por esse frenesi de consumo que a mídia nos impõe."
- Professor Eduardo Viveiros de Castro, em entrevista ao Outras Palavras
---
As citações acima já dizem bastante, mas recomendo o texto na íntegra.
S.
sábado, 22 de setembro de 2012
quinta-feira, 13 de setembro de 2012
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