sexta-feira, 31 de julho de 2009

Fato

Leis da Física?

Não em um transporte público em pleno fim de tarde de uma sexta-feira.
S.

O que está em jogo

Do blog do Nassif, um resumo bastante didático sobre a crise do Senado e sobre a engrenagem da sujeira e da hipocrisia, que reinam não somente no Parlamento, mas também nas redações jornalísticas.

Ajuda a entender o tiroteio em cima do bigodudo, que na verdade não é o alvo. (S.)


por weden

Nassif,

Estas campanhas falsamente moralistas são um desserviço para a política brasileira.

Não se discute o sistema, mas os personagens, porque é mais fácil novelizar, romantizar e vender manchetes além, lógico, de facilitar a escolha de mocinhos e bandidos, que como veremos é o que mais interessa.

Ou seja: transforma-se uma questão sistêmica em questão moral. Faz-se acreditar que “se fossem outros” não aconteceria o mesmo, e mesmo que aconteça (como neste caso o Arthur Virgílio) minimiza-se porque não se enquadra na novela que se quer constituir.

Se analisássemos o sistema politico brasileiro, veríamos as interrelações entre as instituições públicas e privadas, incliuindo a midia, as relações entre os poderes, as relações entre os partidos, grandes e pequenos, as funções que cada personagem deve desempenhar para que seja um elemento-posição do sistema.

Veríamos que teríamos muito o que corrigir, para levar este país à maturidade política, à racionalidade administrativa.

Mas não. Isso não importa, porque acabaria com oportunidades “interessantes” no futuro.

Em relação aos jornalistas, temos nas redações dois tipos de profissionais: aqueles mais hábeis, frequentadores assíduos do aquário, sabem perfeitamente que estão fazendo parte do jogo, que estão novelizando o caso, porque lhes interessa.

E temos uma mão de obra de cabresto, com muita dificuldade de enfrentar uma análise mais complexa. O déficit de informação é evidente e mostra porque a maioria dos jornalistas tem enorme dificuldade de efetuar uma avaliação mais distanciada, mais racional de todo este processo.

O desserviço está no fato de que enquanto se discutem estas questões pelo ponto de vista moral, deixa-se de discuti-las sob embasamento técnico, político-administrativo, o que levaria o país a superar tais problemas.

Em outras palavras: não se discutem os modos de correção do sistema, porque interessa àqueles - incluindo a grande imprensa - que praticam o falso moralismo usufruir do sistema num futuro que se espera próximo.

Em suma, parodiando Nelson Rodrigues, o moralismo é o último refúgio dos canalhas.

Efervescendo a consciência

O meu texto sobre a bundamolice brasileira foi republicado pelo prolífico Robson Fernando, do Consciência Efervescente.

Que fique aqui registrado o meu agradecimento.

Recomendo o CE. Deve ser visitado sem moderação.
S.

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Futum (ou Futur?)

Primeiro mundo não é primeiro por acaso.

Até o lixo faz turismo intercontinental.

É o progresso. É a globalização das imundícies. A de espírito e a de fato.

Fico imaginando o que deve chegar em países africanos, que não têm a força política e econômica do Brasil.
S.

segunda-feira, 27 de julho de 2009

O bode apodreceu. E ninguém o tirou do palco.

Dia desses ouvi um trecho de um guia político de algum partido cujo nome me fugiu à memória. E todas elas estavam lá: "Defesa da ética", "priorizando os mais necessitados", "força da juventude". Tão fáceis e antigas quanto ocas de conteúdo. Reparei que aquilo que eu ouvia podia estar sendo dito pelo Hélio de La Peña, com a mesma carga de deboche. Qual a diferença entre um quadro de propaganda política e um esquete do Casseta e Planeta? As palavras, os gestos, as expressões são rigorosamente iguais. E o mais bizarro disso tudo é que os principais responsáveis por essa condição - políticos, partidos, marqueteiros - ainda não se deram conta disso. A política se transformou em sua própria caricatura. Fica explícito que, de fato, eles vivem em um universo paralelo, à parte do resto do país. Enclausurados em uma bolha de privilégios, esnobismo e ilegalidade. Isso ou eles não assistem a nenhum programa de humor.

Sei por quê não lembro o nome do partido. Porque ele é insignificante e o sistema político está zoneado. Antes de mais nada, esse partido em questão não deveria nem existir. Que grupo de pessoas ele representa? Serve apenas como mais um grupo de aluguel, sempre pronto para fazer o serviço sujo. Se eu pegar umas três palavras, digamos, "República", "Democrático" e "Nacional", e misturá-las em ordens diversas, é bem possível que eu acerte o nome. Estou pensando em criar um também, já que parece tão fácil. Mas sem usar a palavra "Partido", porque parece coisa velha. Talvez eu funde o Movimento Avançado de Malfeitores que Trabalham por Amor, conhecido como MAMATA.
S.

sábado, 25 de julho de 2009

sexta-feira, 24 de julho de 2009

O assassino mais... lento?

Não só porque é sexta, e o bom humor aflora... mas esse vídeo é uma das coisas mais escrachadas que eu vi nas últimas semanas.

É um pouco longo para um vídeo do YouTube, mas vale a pena. É colocar pra carregar, minimizar e esperar um pouquinho. Eu o tinha visto antes em uma plataforma diferente, e somente agora consegui um link decente para o blog, graças a uma dica guigolômica.

Atualização (30.07.09)
Retiraram o vídeo do ar (e não foi culpa minha, digo logo)...

Mas há um outro link e ele pode ser visto aqui.
S.

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Papo papal

Recentemente o Papa editou uma encíclica, a Caritas in Veritate.

No documento ele condena o lucro como um fim em si mesmo.

Justo.

O problema é que esqueceram de tirar os objetos dourados da mesa sacra.

S.

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Miscelânea do caos

Depois de cinquenta anos na política, descobrem que o Sarney é o Sarney, e não um Sarney qualquer; a UNE se orgulha de ser uma espécie de Ministério Estudantil do governo federal; jornais se transformam em assessorias de imprensa de Daniel Dantas e o tratam como um suposto criminoso; parlamentares confundem internet com rádios e TVs, e na dúvida, apelam para o instinto repressor; governador pré-candidato à presidência arruma um prêmio fajuto de uma instituição suspeita de fraudes; Roberto "Soporífero" Carlos vai fazer outro lual para as pessoas de plástico aparecerem na Caras.

[Óquêi, essa última é uma faixa-bônus]

Não me ensinaram o que fazer quando tudo parecer uma bosta sem solução.

Talvez, dançar ao som de um pancadão??
S.

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Faith For Life

Que comemoração de Roberto "Soporífero" Carlos, que nada. A melhor banda de todos os tempos da última semana é o Faith No More. Bem, pelo menos da minha última semana.

O FNM é uma sopa de referências e gêneros musicais diversos, que podem ir desde um riff metaleiro até um tecladinho jazzístico digno de uma trilha sonora. E sem perder a mão. Sem contar que o genial Mike Patton vale por no mínimo uns cinco vocalistas diferentes. Mais de uma década depois do último álbum de inéditas, o FNM continua sendo uma das bandas mais inventivas e versáteis da história.

A banda ficou ativa entre 1982 e 1998, e está de volta, com a formação do último álbum. Em meio à profusão de irrelevância musical dos tempos correntes, não deixa de ser uma notícia agradável.


S.

sábado, 11 de julho de 2009

Bom senso: procura-se

Em um determinado momento da história, os donos do mundo se reuniram e decidiram: a partir daquele encontro a Civilização não deveria fazer nenhum sentido.

Continuo atônito com a nossa evolução.
S.

terça-feira, 7 de julho de 2009

Aspas

"Qualquer idiotice que seja feita por todos passa a ser considerada sabedoria."
(Rubem Alves)
S.

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Principia Discordia

Por meio das leituras aventureiras na internet (para as quais a vida real tem me dado menos tempo), caí no artigo sobre o Discordianismo, lá na Wikipédia. O Discordianismo é uma espécie de religião-piada (ou piada-religião, dependendo da leitura) de que tomei conhecimento há um bom tempo, mas que até hoje não entendi completamente. Vai ver a proposta é essa. A "Bíblia" da "crença" se chama Principia Discordia.

Um trecho do verbete na Wikipédia:

O Princípio Anerístico é aquele de APARENTE ORDEM; o Princípio Erístico é aquele de APARENTE DESORDEM. Tanto ordem quando desordem são conceitos criados pelo homem e são divisões artificiais do CAOS PURO, que é um nível além do que o nível de criação de distinções.

Com nosso aparato de criar conceitos, que chamamos "mente", nós olhamos para a realidade através das idéias-sobre-a-realidade que nossas culturas nos dão. As idéias-sobre-a-realidade são erroneamente rotuladas de "realidade", e pessoas não iluminadas sempre ficam perplexas pelo fato de que outras pessoas, especialmente outras culturas, vêem a "realidade" de uma maneira diferente. São somente as idéias-sobre-a-realidade que diferem. A realidade Real (Verdadeira com V maiúsculo) é um nível além do nível de conceito.

Nós olhamos para o mundo através de janelas nas quais foram desenhadas grades (conceitos). Filosofias diferentes usam grades diferentes. Uma cultura é um grupo de pessoas com grades bastante similares. Através de uma janela nós vemos caos, e relacionamo-lo aos pontos na nossa grade, e assim entendemos ele. A ORDEM está na GRADE. Este é o Princípio Anerístico.

Compreensível? Não??

Não tem problema.

A principal característica do CyberDiscordianismo é a profusão do caos generalizado e suas próprias contradições em existir.
S.

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Mostre-me um senador com pose de moralista e eu te mostro um palhaço

Arthur Virgílio (PSDB-AM) é o líder da oposição no Senado. Mas ele não é só isso. O senador amazonense é o exemplo perfeito de uma figura política sem bandeiras, sem ideias, sem vergonha e sem caráter.

Por ser o líder da oposição, Virgílio é um daqueles parlamentares que sempre aparecem nos jornais vociferando algumas palavras incoerentes quando há uma crise ou escândalo político (ou seja, o tempo inteiro). Sua cara inchada é uma das mais frequentes no Jornal Nacional. Não por acaso, teve duas de suas frases indignadas publicadas na Veja dessa semana.

Virgílio é famoso por sua pose de ético e pela agressividade verbal contra os adversários. Na época da última eleição para governador, afirmou que ia dar uma surra no Lula. Alguns dizem que ele se referia à eleição, outras pessoas dizem que ele garantiu que a surra seria literal. O fato é que na preferência do eleitorado, Virgílio acabou com a espetacular marca de 3% dos votos. Teve que se contentar com seu mandato de senador, o último, acredita-se.

Esse bastião da moralidade não ia perder a chance de pular no picadeiro do Senado e cutucar o alvo do momento, o imortal (em todos os sentidos) José Sarney. Cobrança vai, cobrança vem, um chiste aqui, um muxoxo ali, são o bastante para Virgílio crer nele mesmo como uma pessoa séria. Mas o carma é um inconsequente sem-noção e vem para puxar o pé nos momentos mais indevidos:

Arthur Virgílio é acusado de receber ilegalmente US$ 10 mil de Agaciel Maia (o ex-diretor-geral do Senado, nomeado por Sarney, e pivô da lameira mais recente) para custear uma viagem pessoal à França.

Arthur Virgílio empregou o filho de um amigo em seu gabinete como funcionário fantasma.

E o que o arauto da ética tem a dizer?

"Cometo a idiotice de permitir que o filho de um grande amigo permaneça ligado ao meu gabinete por um tempo, uma imbecilidade, um gesto paternal equivocado. Agaciel queria que eu me calasse para ele continuar roubando o Senado. Vou pedir que o Conselho me investigue, não tenho nada a esconder.

Possuo vícios que julgava não possuir, erros propiciados pelo ambiente do Senado."

Gesto paternal? Ambiente do Senado?

E fica tudo por isso mesmo.

Com uma oposição circense dessas, o Lula não precisa de aliados. E os 80% de aprovação ficam parecendo pouco. A questão maior é que para o país, uma oposição ridícula e sem projeto não é saudável. O país fica refém de uma estrutura política sem debates, sem a discussão de propostas alternativas de poder. Enquanto a sociedade procura avançar, o Congresso está parado há meses, envolvido nas mais diversas denúncias de corrupção. E o debate enviesado sobre o terceiro mandato do Lula entra nesse vácuo. Poucos observam que essa sugestão é um reflexo da fraqueza da oposição, e não necessariamente uma proposta que busca implantar uma ditadura lulista no país.
S.

Planalto faz consulta pública sobre blog

O Governo Federal deve ter gostado da repercussão do blog da Petrobras, que deixou a mídia fazendo beicinho, e em breve também vai lançar um para chamar de seu. Se vai servir para alguma coisa, só o tempo dirá. Por enquanto é possível dar pitacos e sugestões na construção do projeto.

O questionário é bem simples, não exige identificação, e pode ser acessado aqui.
S.

Bomba-relógio


Três vivas para o colapso das cidades!

Viva!... Viva!... Cof! Cof! (pigarro) Cof!
S.